O que esperar dos resultados do 1T21?

Guilherme Tiglia Alves 28/04/2021 12:29 4 min
O que esperar dos resultados do 1T21?

Foi dada a largada!

A bateria de resultados do 1T21, aqui no Brasil, se iniciou formalmente na última sexta-feira, dia 23/04, sendo a Usiminas (USIM5) a primeira empresa listada a reportar os seus números. Nesta semana, também tivemos Vale (VALE3) e já contamos com divulgações muito importantes na agenda para os próximos dias.

Pista de corrida.

Este é sempre um período muito importante e bastante agitado, principalmente para nós, analistas, sendo uma época fundamental para formar convicções acerca do que pode vir e acompanhar de perto o desempenho das empresas.

Por isso, acredito que o momento atual seja bastante propício e venho lhe mostrar um pouco sobre as minhas principais expectativas para os resultados do 1T21.

Cenário ainda desafiador, mas...

Apesar do cenário ainda bem desafiador, principalmente considerando o contexto da pandemia e todos os seus desdobramentos para a sociedade, sigo observando um movimento de retomada gradual da economia, além de diversas iniciativas internas do lado das empresas, o que pode se traduzir em melhores resultados adiante.

De um lado, é de se esperar um desempenho tímido frente ao 4T20 – o recrudescimento que estamos observando nesta transição do 1T21/2T21, na pandemia, afeta bastante o movimento de recuperação que havia sido instalado, principalmente após o 2T20. Somado a isso, podemos contar com um efeito de sazonalidade em alguns casos no final do ano, o que também pode prejudicar o comparativo.

Por outro lado, os resultados devem apresentar recuperação no comparativo anual (1T21 vs. 1T20): de lá para cá, empresas aprenderam na raça como suportar toda essa situação, conseguindo agora driblar e se planejar de forma muito melhor contra diversos efeitos do lockdown que observamos quando a pandemia nos atingiu inicialmente.

O que antes aparentava não ter fim, por mais distante que pareça, deve terminar. O cenário agora é de mais visibilidade e, talvez, com maior avanço nas vacinações e redução do número de casos, a diferença no comparativo anual do próximo trimestre seja ainda mais expressiva, uma vez que o 2T20 se mostrou um período bem delicado.

Os principais destaques

A seguir, deixo alguns destaques para o 1T21, considerando o que ando observando em alguns setores que olho mais de perto.

Elétricas: geradoras ainda se prejudicando com a situação hidrológica mais desafiadora e maiores preços de energia no mercado à vista corroendo as margens – nesse caso, beneficia-se quem apresenta exposição também em outras fontes de energia, como eólica e solar, bem como diversificação em outras frentes do setor de energia elétrica. Nenhuma grande novidade esperada para o segmento de transmissão de energia elétrica.

Bancos: melhoria nos resultados, impulsionados em parte por menores despesas com provisões. Redução de custos via iniciativas internas de eficiência – como desligamento voluntário de funcionários e fechamento de agências – pode ser destaque em algumas teses do segmento.

Incorporadoras: restrições de fluxo e fechamento dos estandes de vendas devem implicar menor desempenho operacional, trazendo consequências como postergação de lançamentos e queda nas vendas. Controle de custos de construção em um momento de alta de materiais segue como ponto de atenção.

Commodities: preços nas máximas históricas e desvalorização da moeda devem ser drivers fundamentais para os resultados no trimestre.

O que realmente importa

É muito importante saber analisar como funciona a dinâmica de resultados de uma empresa e acompanhar, trimestre a trimestre, a sua evolução.

Claramente contamos com algumas exceções a tudo o que eu disse: existem Companhias listadas que nem sentiram muito os efeitos da pandemia, como é o caso de algumas transmissoras lá do Nord Dividendos; existem outras que ainda não conseguiram sentir muito os efeitos de retomada (ou ainda muito aquém do esperado), como é o caso das empresas com maior exposição ao varejo físico.

Tenha sempre em mente que ruídos externos afetam a precificação das ações no curto prazo, mas o que realmente importa, olhando para o médio e longo prazo, são o lucro e o caixa que as empresas geram.

Por isso, olhamos para resultados e somente os resultados, é só isso que importa. Números crescentes indicam ações para cima lá na frente.

Está começando agora a estudar resultados de empresa? Quer ajuda para começar a montar a sua carteira? Que tal conhecer o Nord Ações?

Essa é uma série de entrada ideal para quem está iniciando a jornada como investidor. Uma carteira simples e direta, que é formada por um comitê dos analistas da casa. E o melhor: o preço é inacreditável.

Boa bateria de resultados do 1T21!

Um abraço,

Tópicos Relacionados

Compartilhar