Ações Comuns, Lucros Extraordinários

Com seu livro “Ações Comuns, Lucros Extraordinários”, de 1958, Philip Fisher mudou tudo. O Value Investing nunca mais foi o mesmo.

Rafael Ragazi 28/04/2023 19:32 4 min
Ações Comuns, Lucros Extraordinários

Philip Fisher ajudou a construir o que é hoje o Value Investing.

Com seu livro “Ações Comuns, Lucros Extraordinários” de 1958, Fisher mudou tudo. O Value Investing nunca mais foi o mesmo.

Fisher foi o inventor da análise dos aspectos qualitativos de uma empresa durante o processo de análise.

Em vez de focar apenas em aspectos quantitativos, o forte de Ben Graham (o pai do Value Investing), Fisher defendeu olhar para o negócio.

Fisher defendia comprar bons negócios. Posicionamento de mercado, integridade da gestão, como é a relação da empresa com seus funcionários e executivos…

...os processos de controle da empresa, como ela trata seus acionistas quando as coisas vão bem/mal e, principalmente, quais são as vantagens competitivas do negócio.

Parece natural olhar isso hoje. Mas foi revolucionário na época, nos anos 50.

Não é exagero dizer que as ideias de Fisher mudaram completamente o panorama de investimentos mundiais.

Fisher nos ensinou a identificar uma empresa bem posicionada para crescer acima da média por décadas.

Mas também nos deu importantes insights sobre o que não fazer com seus investimentos. Hoje, te apresento 3 deles:

1. Não exagere na diversificação

O princípio da diversificação é talvez o mais difundido no mercado. Os horrores de “colocar todos os ovos numa cesta só” são altamente disseminados.

Porém, poucos se atentam ao outro extremo: ter ovos em cestas demais.

Para Fisher, o maior problema em possuir ações em excesso é que poucas teriam potenciais realmente extraordinários e o investidor mal as conheceria.

Comprar uma ação sem conhecer suficientemente bem a empresa é muito mais arriscado do que diversificar pouco.

Mas quanta diversificação é realmente necessária?

Não existe número mágico. É pessoal. Depende de quantas empresas o investidor consegue acompanhar.

Uma carteira com 10 ações, com 8 do mesmo setor é, claramente, mais arriscada do que uma carteira com uma ação por setor.

E Fisher fala sobre fatores de risco — características que levam os lucros a se comportarem de maneira similar.

Além disso, Fisher divide as empresas em 3 categorias de risco (risco do negócio, e não das ações), com investimentos iniciais máximos de 20%, 10% e 5%.

A maior alocação iria para o grupo A, empresas já consolidadas com maior qualidade de resultados.

No grupo B o risco seria maior, negócios mais jovens ou que dependem mais das vendas.

Por fim, o grupo C é composto por empresas “tudo ou nada”: ou geram grandes lucros, ou perdas completas, ou quase completas do seu capital.

Fisher deixa bem claro que risco vem do negócio, e não da volatilidade das ações.

2. Não seja influenciado pelo que não importa

Informações superficiais (inúteis) ganham muito mais atenção dos investidores do que deveriam.

A variação do preço de uma ação nos últimos anos é um belo exemplo. É ilógico e prejudicial ao seu dinheiro olhar o preço máximo e mínimo dos últimos anos.

O que define o preço de uma ação? O preço das ações depende de fluxo no curto prazo. Só isso. Desvios acontecem, é claro, como quando algum investidor grande é forçado a liquidar sua posição.

O preço atual é formado com as informações disponíveis hoje. O preço passado de uma ação não tem relação nenhuma com preço atual. A empresa hoje não é a mesma que foi ontem.

Procurar por aquela empresa “que não subiu ainda” é inconscientemente acreditar na ilusão de que todas as ações vão subir o mesmo tanto, assim como apenas olhar lucros passados não agrega valor na análise. O que importa é o lucro que pode acontecer no futuro e com qual probabilidade.

Outro erro importante é acreditar que o que aconteceu no passado vai continuar acontecendo indefinitivamente. Informação do passado só serve para nos ajudar a entender o futuro. Analisar os ciclos de resultados é um exemplo de boa análise do passado.

O múltiplo de Preço/Lucro passado serve de base para entender onde ele pode estar no futuro, mas o que importa são os lucros futuros.

3. Não siga a multidão

O alerta de Fisher aqui é para aqueles casos em que o fundamento não mudou, mas o mercado decidiu precificar uma ação de maneira completamente diferente.

Ações são como roupas, podem entrar ou sair da moda e isso pode produzir grandes distorções nos preços, capazes de durar meses ou anos.

Você conhece alguns termos que quando atrelados a alguma ação, fazem seu preço subir abruptamente — blockchain, banco digital, fintech, disruptivo…

O mercado é maníaco-depressivo, fuja das alucinações coletivas.

Pense de maneira independente. As melhores oportunidades não estarão onde todos estão olhando.

Nosso objetivo não é apenas recomendar os melhores negócios com preços inacreditavelmente baixos, mas também tornar o investidor cada vez mais capaz e independente.

O Value Investing pode mudar o futuro de seu patrimônio e o futuro de sua família.

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